Google abre campus para startups e empreendedores em SP

07/06/2016

Google inaugurou nesta terça-feira (07/06) em São Paulo um espaço para conectar empreendedores, mentores e investidores. Trata-se do 6° centro de empreendedorismo da empresa no mundo – já há espaços semelhantes em Londres, Seul, Madri, Varsóvia e Tel Aviv. Localizado em um prédio de seis andares na região do Paraíso, na zona sul paulistana, o Campus SP será também aberto ao público em geral (mediante inscrição prévia), promoverá eventos e capacitações e será também residência para startups e aceleradoras. “A gente precisa aumentar o número de startups que tentam resolver problemas. A comunidade já existe, mas o campus traz essa possibilidade de integrar e conectar o ecossistema”, diz André Barrence, diretor do Campus SP.

 

GOOGLE INAUGURA CAMPUS SÃO PAULO, VOLTADO PARA EMPREENDEDORES E STARTUPS

Local será aberto ao público, sediará eventos e capacitações e será também residência para startups e aceleradoras

Um dos diferenciais do campus paulistano é justamente a residência de seis meses para startups. Em um processo de seletivo que se inicia hoje, o Google irá escolher até 10 startups – com no máximo oito pessoas – para ocuparem o campus. Lá, elas receberão mentoria, capacitação e suporte para se desenvolverem. Tudo gratuitamente. “É a primeira vez que o Google seleciona diretamente e monta um comitê externo para buscar startups inovadoras que solucionem grandes problemas”, diz Fernanda Caloi, gerente de programas do Google. O processo de seleção terá entrevistas com cada pessoa da equipe da startup para verificar se ela se adequa a este modo de trabalho e convivência. “A única obrigação deles é se engajar”, diz Fernanda.

Ao final dos seis meses, se a startup estiver “grande demais”, deixa o campus. Caso contrário, é possível renovar a permanência. “Em troca, essas startups passarão esse conhecimento para frente. Com palestras, mentorias, troca de informações. Criaremos oportunidades para elas darem esse ‘give back’ “, afirma Fernanda.

O Google não descarta parcerias posteriores com essas startups e gosta de lembrar o case mais famoso, o Waze. A startup israelense foi criada dentro do Campus do Google de Tel Aviv, saiu porque ficou grande demais, foi acelerada e teve outros investidores até que, cinco anos depois da criação, foi adquirida pelo Google.

O networking

Enquanto as startups residentes não são selecionadas, o prédio já tem áreas ocupadas por empreendedores vindos de outros programas do Google, como o Launchpad Accelerator, voltado ao desenvolvimento de aplicativos, e parceiros da multinacional. Uma das empresas que já estão por lá é a Prodeaf. A companhia quer ajudar surdos a se comunicarem melhor, por meio de softwares capazes de traduzir texto e voz de português para Libras. A startup atualmente trabalha na implantação de seu sistema em caixas eletrônicos do Bradesco. “Queremos ajudá-los a terem acesso melhor aos serviços. Mais de 70% dos surdos não são alfabetizados”, diz Renato Kimura, CEO da Prodeaf.

O empreendedor afirma que a experiência atual no campus lhe ajuda, dia a dia, a construir uma visão profissional de seu negócio. Do happy hour às reuniões “mais formais”, é possível discutir vendas, gestão e até pequenos detalhes da operação com os companheiros de andar. Para uma empresa que tem apenas quatro funcionários, o networking ganha escala. “Com essas trocas e mentorias conseguimos balizar se de fato não estamos correndo atrás apenas de um sonho”, diz. Kimura trabalha hoje em uma das áreas do 2° andar do campus, ao lado de startups como Agrosmart e a UpBeat Games.

O 3° piso está ocupado pela equipe da aceleradora StartupFarm que, entre seus cases de sucesso, tem a EasyTaxi. Parceira do Google, ela divide o mesmo andar com os empreendedores que apoia. Alan Leite, CEO da StartupFarm, vê no novo campus a possibilidade de criação de um hub para conectar melhor o mercado e atrair o olhar de investidores. Uma oportunidade de trazer novas caras a um nicho que, apesar de pujante, não se renova constantemente. A Techstarts, que promove a Startup Weekend, o Brazil Innovators e o Sofá Café também já ocupam o espaço.

MAPA DO METRÔ DE SÃO PAULO INSPIRA TETO COM LUZES COLORIDAS NO GOOGLE CAMPUS SÃO PAULO

A cara da capital paulista reflete-se em diversos detalhes espalhados nos seis andares do campus. Nos orelhões transformados em cadeiras, nas luzes de LED coloridas dispostas no formato do mapa do metrô, nas sala inspirada na famosa Festa do Bixiga, a Achiropita, e até nas “guaritas”, que foram remodeladas para realização de calls e conferências. O cinza de São Paulo também se manifesta nos materiais utilizados: há muita madeira, mas também muito concreto e metal nas salas. Os últimos dois andares, que abrigam um café e um espaço de convivência, serão abertos para o público geral, das 9h às 19h, de segunda a sexta-feira. Para entrar no prédio, é preciso fazer um cadastro prévio. Atualmente, já são mais de 7 mil inscritos.

No mundo, o campus de Londres é conhecido por ser o mais movimentado, com uma comunidade que ultrapassa 60 mil pessoas. Em 2015, os cinco campus existentes criaram 2,8 mil empregos e levantaram mais de US$ 105 milhões em financiamento. As startups que passaram pelo campus até 2015 tem em média 4,2 funcionários e 39% delas menos de um ano. Um terço dos empreendedores são mulheres.

Google Campus São Paulo:  Rua Coronel Porto, 70, Paraíso, São Paulo (SP).
Inscrição para se tornar membro e frequentar o campus.
Inscrição para o programa de Startups Residentes.
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